quarta-feira, 29 de maio de 2013

Dicas 7 provão MÉDIO - 1º ano - Renascimento Comercial Urbano e Científico



O RENASCIMENTO COMERCIAL
A transformação do sistema tem início com a fuga dos servos, que abandonam o campo, e com a mudança gradativa dos feudos que passam a funcionar como unidades produtoras para novos mercados urbanos que começam a surgir. Isso representou a passagem da economia feudal autossuficiente para a economia comercial, que caracteriza o capitalismo.” [1].
Como o crescimento demográfico não mais permitia o acesso de todos ao trabalho agrícola, inúmeras pessoas voltaram-se para novas atividades econômicas como o artesanato e, principalmente, o comércio. No entanto, o primeiro grande impulso ao comércio ocorreu em virtude das Cruzadas, que permitiram a reabertura das rotas comerciais do Mediterrâneo ao comércio Ocidental, bem como o estabelecimento de contatos com comerciantes árabes que traziam para o comércio europeu, novos produtos. Tal fato privilegiou as cidades italianas, como Gênova, Veneza e Pisa que se transformaram em importantes centros comerciais, verdadeiros distribuidores dos produtos orientais na Europa.

As Corporações de Ofícios -> com o crescimento do comércio, as atividades econômicas passaram a ser controladas pelas Corporações de Ofícios (=Guildas ou Grêmios) que reuniam pessoas que se dedicavam a uma mesma atividade. Os objetivos desse sistema corporativo era formar mão de obra qualificada, garantir o mercado urbano para seus associados, estabelecer a jornada de trabalho e o nível dos salários, regulamentar o preço das mercadorias, citando os principais objetivos.

As Hansas -> associações de mercadores para defender seus interesses. A mais poderosa delas foi a Hansa teutônica, que agrupou 90 cidades germânicas e dominou o comércio do leste europeu.

RENASCIMENTO URBANO
As cidades medievais nasceram em terras da nobreza feudal ou do clero e, com o passar do tempo, foram adquirindo autonomia administrativa e judiciária. Essas cidades medievais autônomas eram denominadas Comunas, características da Baixa Idade Média. Os centros urbanos que surgiam em pontos estratégicos para o comércio, preocupavam-se em manter sua defesa. Os comerciantes erguiam muros ao redor do vilarejo constituindo o chamado burgo e, consequentemente, seus moradores passaram a ser chamados de burgueses.

TRANSFORMAÇÕES QUE OCORRERAM NA PASSAGEM DO SÉCULO XV PARA O XVI

Políticas-> Formação das Monarquias Nacionais:Ocorreu quando a autoridade do rei cresceu devido ao comércio e à burguesia; a aliança burguesia-monarquia foi fator fundamental para a centralização do poder e a consequente formação dos Estados Nacionais.
Características dos Estados Nacionais modernos: governo, leis, impostos, moedas e exército são os mesmos para todo o território da nação.
Portugal foi a primeira Monarquia Nacional a se organizar.
No final da Idade Média, os reis retomaram seus poderes e instituíram as monarquias nacionais, ou seja, os territórios foram unificados sob a autoridade real. O Estado voltou a surgir como organização política.

Absolutismo Monárquico: O poder real, que desde o final da Idade Média vinha se fortalecendo, consolidou-se nos séculos XVI e XVII, constituindo-se o absolutismo, um regime político no qual o poder estava concentrado nas mãos do rei. Os soberanos absolutistas não admitiam nenhum controle no exercício de seu poder e impunham a sua vontade à nação.

Econômicas -> Implantação da política mercantilista cujo objetivo era tornar o Estado mais rico e poderoso.
Características: controle estatal da economia; metalismo (acúmulo de metais preciosos); balança comercial favorável (mais exportações e menos importações); protecionismo (maior taxação sobre produtos importados) e colonialismo (as colônias abasteceriam a metrópole com seus produtos e se constituiriam em mercados consumidores dos produtos metropolitanos). O objetivo da política mercantilista era tornar o Estado mais rico e poderoso.

Culturais -> Renascimento: período de intensa produção cultural, artística e científica, voltada para a valorização do ser humano e da vida terrena.
A cultura renascentista foi, portanto, marcadamente burguesa, urbana e capitalista.
Características: Humanismo, inspiração na antiguidade clássica; antropocentrismo; racionalismo e individualismo.
O Renascimento teve suas origens na Península Itálica, na primeira metade do século XIV.

RENASCIMENTO CIENTÍFICO
A efervescência cultural da Renascença impulsionou o estudo do homem e da natureza. O Universo já não era mais aceito como obra sobrenatural, fruto dos preceitos cristãos. O espírito crítico do homem partiu para a ciência experimental, a observação, a fim de obter explicações racionais para os fenômenos da natureza. Principais cientistas: Nicolau Copérnico (Heliocentrismo) e Galileu Galilei. O Renascimento científico retirou da Igreja o monopólio da explicação das coisas do mundo.

Religiosas -> Reforma Protestante: Durante o século XVI, os conflitos e as diferenças dentro da Igreja tornaram-se tão sérios, que acabaram gerando uma cisão (divisão) na cristandade.
Dois fatos colaboraram muito para agravar ainda mais a situação da Igreja ao longo dos séculos XV e XVI: A crescente onda de corrupção com a venda de indulgências (venda do perdão dos pecados), relíquias religiosas e cargos eclesiásticos importantes, bem como a concubinagem do clero; a perda de poder do para as monarquias nacionais.
Com a invenção da imprensa, em 1440, por Gutemberg, houve maior acesso ao conhecimento, que durante muitos séculos foi privilégio de uma minoria, o que contribuiu para aumentar a difusão de ideias entre a população, fazendo com que muitas pessoas deixassem de aceitar passivamente a doutrina da Igreja.
Líder do movimento reformista – MARTINHO LUTERO.
Consequências: enfraquecimento do poder político da Igreja; aumento do poder do reis; fortalecimento dos ideais burgueses, principalmente com a difusão da filosofia calvinista que justificava o lucro; difusão da instrução religiosa através da leitura da Bíblia; estímulo à participação dos fiéis nos cultos religiosos; surgimento de conflitos religiosos entre católicos e protestantes; aparecimento de ideias mais radicais referentes à organização da sociedade, de acordo com a justiça de Deus; criação do movimento da Contrarreforma.

Contrarreforma Católica: reação da Igreja Católica contra todo este movimento protestante.
Medidas adotadas: convocação do Concílio de Trento, que condenou a doutrina protestante e confirmou a católica; aconselhou a formação dos sacerdotes em escolas especiais (os seminários); determinou a publicação do catecismo (resumo da doutrina cristã); reafirmou os sete sacramentos e o valor das indulgências. Criação da Companhia de Jesus por Inácio de Loyola, que obrigava seus membros, os jesuítas, a uma rigorosa disciplina e obediência ao papa. Intensificação das atividades do Tribunal do Santo Ofício, instrumento de terror contra os que divergissem da doutrina católica (os hereges).

Tecnológicas -> Movimento das grandes navegações: empreendimento de expansão marítimo-comercial das monarquias europeias em busca de uma nova rota marítima para as Índias e suas especiarias e produtos de luxo.
Fatores que favoreceram esta expansão: interesse pelo comércio dos produtos de luxo e pelas especiarias; necessidade de quebrar o monopólio das cidades italianas no mar Mediterrâneo; procura de um novo caminho marítimo para as Índias; escassez de metais preciosos na Europa; aliança entre o rei e a burguesia, buscando a centralização do poder; valorização do comércio e o progresso técnico e científico.
Acelerou o processo: tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453, cortando o monopólio comercial das cidades italianas.
País pioneiro: Portugal, seguido pela Espanha.
Tratados de divisão de terras: A concorrência espanhola nas navegações preocupou o governo português. Ele temia pela rota oriental que procurava e pelas terras que já havia descoberto -> Papa Alexandre VI, 1493, expediu a Bula Inter Coetera, não aceita por Portugal. Diante da reação de Portugal, os reis da Espanha aceitaram estabelecer diretamente outro acordo, que resultou, em julho de 1494, no Tratado de Tordesilhas, dividindo as terras descobertas e por serem descobertas entre os países ibéricos. Tal tratado deu a posse do litoral brasileiro à Portugal, mesmo antes do “descobrimento”.
Consequências dos Descobrimentos: As navegações provocaram o aumento das relações comerciais entre o Oriente e o Ocidente, o deslocamento do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico, a entrada de metais preciosos na Europa, a ascensão econômica da burguesia, o fortalecimento do poder real e a formação dos impérios coloniais.

CONQUISTA E COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA
No início do século XVI, Portugal e Espanha e, um pouco mais tarde, a Inglaterra, a França e a Holanda promoveram a colonização das terras que haviam conquistado na América. A colonização implantada estava ligada à expansão marítima e comercial da Europa, ao fortalecimento das Monarquias Nacionais e à política econômica do mercantilismo. Essa colonização baseou-se no monopólio colonial. Esse monopólio – o Pacto Colonial – era o ponto mais importante do sistema colonial.
Colonização espanhola            -> política: vice-reinos, capitanias-gerais, cabildo (uma espécie de Câmara Municipal);
Administração: Conselho das Índias; Economia: controlada pela Casa de Contratação; na exploração econômica foi utilizada mão de obra indígena sob regime de trabalho da Mita e da Encomienda; Sociedade: chapetones, criollos (filhos de espanhóis nascidos na América), mestiços e escravos.

Colonização portuguesa-> político-administrativa: Capitanias-hereditárias, Governo-geral e Câmaras Municipais; Economia: extrativista (pau-Brasil), açucareira, pecuária, mineradora. A cana-de-açúcar foi a cultura escolhida para iniciar o povoamento e gerar novos lucros; Sociedade: A sociedade colonial açucareira era rural, aristocrática (senhor de engenho), conservadora, patriarcal e escravocrata. Já a sociedade mineradora era predominantemente urbana e, embora também fosse formada por escravos e senhores, apresentava camadas médias urbanas e muitos pobres livres.

Colonização inglesa -> a partir do século XVII, a monarquia inglesa aliada à burguesia resolveu explorar a América do Norte. O povoamento da colônia deu-se através de camponeses e operários ingleses que buscavam melhores condições de vida. Foram fundadas as Treze Colônias Inglesas da América do Norte. As colônias localizadas no norte e no centro foram de povoamento, pois praticavam uma agricultura de subsistência em pequenas propriedades, utilizando mão de obra livre, e pouco dependiam da metrópole. Já as localizadas no sul, eram colônias de exploração, produzindo em grandes propriedades para atender às necessidades da metrópole e com mão de obra escrava (sistema de plantation).

Colonização Francesa e Holandesa -> os franceses ocuparam a região do Canadá e algumas ilhas do Caribe. Os holandeses conquistaram o Suriname e as ilhas de Curaçao, nas Antilhas.






[1] ARRUDA, José Jobson. Época Moderna e Contemporânea. História Total, vol.4, p.6. Ed. Ática.

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