A CIVILIZAÇÃO ÁRABE
Durante vários
séculos, os árabes mantiveram-se dispersos, sem unificação política. Contudo,
no século VIII, em função de uma reforma religiosa promovida por Maomé,
constituíram um único Estado, que se expandiu e formou um grande império. A religião criada no século VII por Maomé –
o islamismo - proporcionou a unificação da Arábia. Pela importância da
religião para a identidade do povo árabe, costuma-se dividir a história da
Arábia em das grandes fases: Arábia pré-islâmica e Arábia islâmica.
ARÁBIA PRÉ-ISLÂMICA - O povo árabe habitava a península Arábica,
situada entre o golfo Pérsico e o Mar Vermelho. Os que viviam próximos ao
litoral eram sedentários e se dedicavam ao cultivo e ao comércio de seus
produtos: cereais, incenso, especiarias e essências. O deserto era habitado por
tribos dos chamados beduínos, chefiadas pelos xeques. Viviam em função dos
oásis. Eram pastores nômades e dedicavam-se ao comércio. Em ambas as regiões,
os árabes não tinham união política, as tribos eram organizadas a partir de
famílias patriarcais (os clãs), responsáveis pela administração local. Apesar da descentralização política, esses
grupos tinham elementos culturais comuns, como o idioma árabe e a religião. Contudo,
existia um elemento religioso comum, a Caaba (casa de Deus), um templo em forma
cúbica, na cidade de Meca.
ARÁBIA ISLÂMICA - Maomé,
o profeta do islamismo, nasceu de uma família que pertencia a tribo coraixita. Entrou
em contato com judeus e cristãos, povos de fé monoteísta que muito o
influenciaram, daí o islamismo apresentar um forte sincretismo. Maomé teria
recebido as revelações do anjo Gabriel, anunciando a existência de um único
Deus, Alá. Por colocar em risco o poder dos coraixitas, Maomé foi perseguido e abandonou Meca, fugindo para a cidade de Yatreb,
em 622, acompanhado de seus seguidores. Esse fato, que marcou o início do calendário muçulmano, ficou
conhecido como Hégira (fuga). Quando Maomé faleceu, deixou sua crença
difundida, dando caráter centralizador aos aglomerados de tribos da região,
pois a unificação religiosa trouxe consigo a unificação política. A palavra árabe islã significa “resignação”
ou “inteira submissão à vontade de Deus”.
Os seguidores
de Maomé, após a sua morte, reuniram seus ensinamentos no Corão ou Alcorão (a leitura), livro sagrado do islamismo que serve
como um código de justiça, de moral e de normas sociais. A rápida expansão
árabe fechou o Mediterrâneo ao comércio europeu e colaborou para a formação do
sistema feudal, pois estimulava a ruralização da população europeia. Os árabes
tentaram invadir o Reino Franco no século VII, mas foram derrotados pelas
tropas de Carlos Martel, na batalha de Poitiers.
Legado - Inúmeras inovações científicas no campo da Matemática, da
Astronomia e da Química foram levadas ao Ocidente através dos árabes, tais como
álgebra e trigonometria, observatórios e álcool, respectivamente. Também
podemos citar técnicas de irrigação e de moinhos, além do plantio de laranjas,
cana-de-açúcar, arroz, amora, limão, etc. Não podemos deixar de citar também a
literatura e a arquitetura árabes.
OS REINOS BÁRBAROS
Dentre os
povos bárbaros, os germanos foram os que mais contribuíram para a desintegração
do Império Romano do ocidente e para a formação do Feudalismo. Os guerreiros
juravam lealdade a seu chefe. Esse
juramento, chamado de “comitatus”, foi um dos elementos da organização política
do sistema feudal, o sistema de suserania e vassalagem.
A penetração
desses povos no Império Romano deu-se, inicialmente, de forma pacífica, na
chamada fase das migrações. A partir do século V, pressionados pelos hunos
(bárbaros mongóis), começa a fase das invasões.
Com o fim do
Império Romano do Ocidente, os povos germânicos espalharam-se por diversas
regiões do antigo Império e fundaram vários reinos. A principal característica dos novos reinos foi a mistura de elementos
germânicos com elementos da cultura romana. O cristianismo foi incorporado aos
novos Reinos europeus. Esses Reinos foram, de certa forma, a origem da
maioria das atuais nações europeias. De todos os Reinos Bárbaros surgidos na
Europa, o Reino Franco, estabelecido
no norte da Itália e região da Gália (atual território da França), foi o único
duradouro, transformando-se num grande império.
REINO FRANCO
Dinastia Merovíngia -> fundador CLÓVIS que se converteu ao
cristianismo ganhando apoio da Igreja como de boa parte da população. Seus
descendentes começaram a distribuir terras do reino entre elementos da nobreza
e da Igreja, em troca de serviços prestados, o que enfraqueceu o poder central
dos monarcas -> REIS INDOLENTES -> provocou o fortalecimento político dos
PREFEITOS ou MORDOMOS DO PALÁCIO (uma espécie de 1º ministro).
Dinastia Carolíngia -> fundador PEPINO, o Breve (mordomo do
palácio), que depôs o último imperador merovíngio. Derrotou os lombardos na
Itália e cedeu o território do centro da Itália para a Igreja -> criação dos
Estados Pontifícios, sede oficial da Igreja. CARLOS MAGNO -> expandiu o
Reino Franco e fundou o Império Carolíngio -> parte das terras eram doadas a
membros da aristocracia, criando vínculos de dependência e lealdade com o poder
central. Elaborou as LEIS CAPITULARES, consideradas as primeiras leis escritas
da Idade Média Ocidental.
Renascimento carolíngio -> Carlos Magno foi um grande
incentivador da cultura em seu Império. Esse processo de desenvolvimento
cultural, que procurava difundir a cultura cristã ocidental e atrair diversos
sábios para a região, ficou conhecido como
Renascimento Carolíngio. Após a morte de Carlos Magno (814), houve uma
grande disputa pela sua herança político-administrativa. O Império acabou
dividido entre seus filhos. Esses territórios voltaram a ser divididos entre
filhos e filhos e netos desses reis, de maneira que, em menos de um século, o
Império estava todo fracionado em pequenos reinos, enfraquecendo o poder real e
fortalecendo a nobreza rural. Essa descentralização política, aliada às novas
invasões bárbaras dos séculos IX e X, contribuíram para a formação do Feudalismo.
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