sexta-feira, 12 de abril de 2013

Por que surgiu a Democracia na Grécia?



Democracia (do grego demos, "povo", e kratos, "autoridade"). Segundo o dicionário Aurélio: ”1- Governo do povo; soberania popular; democratismo. 2-Doutrina ou regime político baseado nos princípios da soberania popular e da distribuição equitativa do poder.”
É o governo do povo, para o povo, pelo povo”, isto é, “Governo do povo” quer dizer governo com um sentido popular; “para o povo” significa que o objetivo é o bem do povo; “pelo povo” quer dizer realizado pelo próprio povo. Na democracia é o povo quem toma as decisões políticas importantes (direta ou indiretamente por meio de representantes eleitos).
A democracia surgiu na Grécia quando, diante dos abusos da nobreza (os eupátridas), muitos atenienses (comerciantes, artesãos, camponeses) começaram a exigir reformas sociais. Nos séculos VII e VI a.C., surgiram reformadores como Drácon, que impôs leis escritas acabando com as vendetas (guerras entre famílias por vingança), e Sólon, que acabou com a escravidão por dívidas e elaborou uma constituição que estipulava que todas as decisões referentes à vida dos atenienses deveriam ser tomadas com a participação do povo, só que naquele momento o “povo” era constituído apenas pelos “cidadãos” de Atenas, o que excluía as mulheres, os escravos e os estrangeiros. Quando entrou em vigor, a constituição feita por Sólon possibilitou que os cidadãos atenienses elegessem seus governantes e também que deliberassem em praça pública, chamada de Ágora, sobre os principais assuntos que diziam respeito à vida da cidade. Nessas assembleias eram tomadas as decisões e eram eleitos aqueles que conseguissem o maior número de votos, já que todos os cidadãos eram considerados iguais pela constituição ateniense.
Tais reformas abriram caminho para a democracia ateniense. O criador da democracia em Atenas foi Clístenes.  Conhecido como “Pai da Democracia”, Clístenes aprofundou as reformas e introduziu o regime democrático, cujo princípio básico dizia que “todos os cidadãos têm o mesmo direito perante as leis”. – Princípio da isonomia.
Entretanto, na democracia ateniense apenas os eupátridas, que constituíam 10% da população eram considerados cidadãos. A democracia ateniense era, portanto, elitista (porque só a minoria tinha direitos), patriarcal (porque excluía as mulheres) e escravista (porque eram os escravos que sustentavam a riqueza dos senhores).
Apesar de inventada pelos gregos, a democracia não era uma unanimidade entre eles, principalmente entre os mais “sábios”. Importantes filósofos gregos, por exemplo, não gostavam muito dela. Na “República”, Platão escreveu que "a democracia se estabelece quando os pobres, tendo vencido seus inimigos, massacram alguns, banem os outros e partilham igualmente com os restantes o governo e as magistraturas". 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

O surgimento das universidades

No decorrer da Idade Média, uma grande parte da população não tinha acesso ao conhecimento, nem mesmo o básico que é ler e escrever, e não havia nenhuma perspectiva na vida de reter tais conhecimentos. O que ocorria nesse período é o que ocorre nos dias atuais: as disparidades financeiras e de oportunidades. Na Idade Média, ler e escrever era privilégio de uma pequena parcela da sociedade, composta por integrantes da Igreja e comerciantes.

Porém, a partir do século XII, com o renascimento comercial e urbano, houve uma conscientização acerca da educação, pois a formação se tornava importante nas atividades comerciais, que utilizavam a escrita e o cálculo. Nesse período, começaram a surgir escolas fora da Igreja.

Sem dúvida, uma das preciosidades da cidade medieval, que estava voltando a ser importante, foi a instituição da Universidade. Hoje são comuns. Mas elas constituem uma das melhores e mais exclusivas invenções medievais. Tal fato comprova a afirmação de Jean Guiraud de que não é verdade que a Idade Média tenha sido uma época de estreitamento intelectual.

As Universidades medievais foram fundadas por volta de 1150, no contexto do renascimento do século XII. Essas instituiçõesforam o ponto de partida para o modelo de Universidade que temos até hoje.Trata-se não apenas de instituições de ensino - a Universidade medieval era também o local de pesquisa e produçãodo saber, o foco de vigorosos debates e muitas polêmicas - o que fica evidente pelas crises em que estas instituições estiveram envolvidas e pelas muitas intervenções que sofreram do poder real e eclesiástico.

As Universidades tinham características inteiramente eclesiásticas: eram criadas pelo Papa e os professores pertenciam todos à Igreja. Todos os alunos eram chamados de clérigos, mesmo quando não se destinavam ao sacerdócio. Ensinavam teologia, todas as grandes disciplinas científicas e filosóficas, gramática, dialética, música e geometria. Tanto os mestres como os alunos ficavam submetidos aos tribunais eclesiásticos, que administravam e tomavam as decisões na Universidade, o que era considerado um provilégio e dava autonomia a esta corporação de elite. Esta é a característica fundamental da Universidade medieval.

Era uma era cosmopolita, os clérgos e professores vinham de todas as partes do mundo. A população de estudantes era tão considerável que mesmo nossos tempos não podem superá-la em número. Este povo de estudantes dava provas de uma vida intelectual intensa. Havia uma língua comum para todos e a única falada na Universidade era o latim. O uso do latim facilitava as relações, permitia as comunicações entre os mestres, dissipava quanquel confusão de expressão, protegendo assim a unidade de pensamento. Os estudantes da Idade Média eram também pregadores e como clérigos eram eles que ensinavam aos fiéis a sua ciência e a sua fé.(1)  Entretanto, as Universidades da Idade Média permitiam dentro de suas dependências o livre pensamento e ideologias. 

O método utilizado no ensino era principalmente o comentário; um texto era lido e analisado com todos os comentários que podiam ser feitos, do ponto de vista gramatical, jurídico, filosófico, linguístico, etc. Era um ensinamento sobretudo oral, dando grande atributo à discussão diante de um auditório de mestres e alunos, que muitas vezes davam origem a tratados completos de teologia ou filosofia.

(1) Sugestão de um filme sobre esse assunto: Em nome de Deus, de 1998, direção de Clive Donner, 115min.

Mais informações sobre este assunto está disponível em

http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_medieval
http://cidademedieval.blogspot.com.br
http://www.historiadomundo.com.br/idade-media/universidade-idade-media.htm

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Por que é importante estudar História?



Estudar História é descobrir e apropriar-se do resultado da ação dos homens no tempo, que se transforma em realidade concreta individual e social. Essa realidade, para a História, forma o passado. Esse passado é experimentado – no presente – como algo a ser conhecido, entendido, explicado. Por quê? Para alcançar-se uma compreensão adequada do presente. Para quê? Para entender o conjunto da realidade social humana e projetar a ação presente e futura.
Portanto, estudar História não se resume a decorar datas e nomes. Mais importante do que saber quando foi o descobrimento do Brasil, por exemplo, é conseguir relacionar os fatos e perceber que as transformações de uma sociedade não são naturais ou espontâneas, mas determinadas por uma série de fatores anteriores.
Sempre que tentamos entender por que alguma coisa aconteceu, estamos empregando o pensamento histórico, isto é, a busca pelos fatores que originaram esses acontecimentos. "A história não é o estudo do passado pelo passado, é necessário ir ao passado para a compreensão de todos os questionamentos do tempo presente", explica o historiador Tiago Menta. 
"Sem a História toda a humanidade desconhece seus êxitos, fracassos, conquistas e está sujeita a cometer um mesmo equívoco novamente", ressalta o professor da disciplina Marcus Vinícius Leite. Esse raciocínio capaz de entender o que existe por trás dos fatos forma também um cidadão melhor. "Não é possível conciliar cidadania com ausência de conhecimentos históricos, noções de tempo-espaço, noções de fenômenos processuais (a história como processo humano, social, cultural e político)", explica Tiago Menta. E esse conhecimento é constantemente exigido pela sociedade, seja no momento de votar ou de posicionar-se diante de algum conflito social, como o racismo. 
A história é feita por homens, mulheres, crianças, ricos e pobres; por governantes e governados, por dominantes e dominados, pela guerra e pela paz, por intelectuais e principalmente pelas pessoas comuns, desde os tempos mais remotos. A história está presente no cotidiano e serve de alerta ao homem, visto como agente transformador do mundo.
Ao estudar a história, nos deparamos com o que os homens foram e fizeram, e isso nos ajuda a compreender o que podemos ser e fazer. Assim, a história é a ciência do passado e do presente. Porém, as informações recolhidas no passado não servirão ao presente se não forem recriadas, questionadas, compreendidas e interpretadas. A história deve servir como instrumento de conscientização dos homens para a tarefa de construir um mundo melhor e uma sociedade mais justa. (Lilian Aguiar, graduada em História)
Vale esta dica e o convite para você, aluno, juntar-se a mim nessa viagem de conhecimento do homem e do mundo para que você possa crescer como pessoa e cidadão!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Cineaula

Desde as remotas caminhadas socráticas aos ousados microcomputadores das escolas modernas, a evolução de estratégias de ensino têm percorrido caminhos os mais diversos. Bittencourt (2004) cita as palavras do professor do Colégio Pedro II(1912) Jonathas Serrano: “Graças ao cinematógrafo, as ressurreições históricas não são mais uma utopia”. E mais adiante enfatiza: os alunos poderiam aprender “pelos olhos e não enfadonhamente só pelos ouvidos, em massudas, monótonas e indigestas preleções”.

 

A imagem é hoje um dos mais importantes meios de comunicação e é inegável que a tecnologia vem provocando alterações nas formas de pensamento e de expressão. Basta pensar na influência da TV na vida atual.O cinema aproxima os alunos de situações, pessoas, cenários e sons do passado e do presente. 

O uso de filmes na aula de História é uma importante ferramenta metodológica que pode ser utilizada pelo professor. É uma maneira de transformar uma aula excessivamente palestrante em uma aula voltada para a interação e socialização do conteúdo em sala de aula.

 

Não se trata de pôr em segundo plano a leitura e a escrita, mas de incorporar um meio que facilita muito a aprendizagem e coloca o aluno em contato com uma nova maneira de pensar e entender a História.

Muito importante: o professor não pode perder de vista que “O Cinema é sempre ficção. Ficção engendrada pela verdade da câmera, verdade das possibilidades técnicas, da reprodução do movimento das pessoas, das coisas, da natureza”. Almeida (2002)

Para auxiliar colegas professores e alunos interessados, apresento algumas sugestões de fimes para incrementar as aulas de História. Bons estudos!!

Para 6º ano
Guerra do Fogo, França, 1981, direção de Jean-Jacques Arnaud, Fox Home Vídeo.
Conteúdos: Pré-história, descobrimento da tecnologia do fogo; origem da linguagem humana.

Troia, EUA, 2004, direção de Wolfgang Petersen.
Conteúdos: Período Homérico; as cidades-estados gregas; a Guerra de Troia; mitologia grega.
Gladiador, EUA, 2000, direção de Ridley Scott, 155min.
Conteúdos: relação de Roma com suas províncias; as guerras de expansão romana; o Império romano e a política do pão e circo.

Para 7º ano
O Nome da Rosa, Itália, França, Alemanha, 1986, 130 min., direção de Jean-Jacques Arnaud, Flashstar Filmes.
Conteúdos: Igreja medieval; Inquisição; indulgências; filosofia medieval agostiniana e tomista.
Lutero, Alemanha, 2003, direção de Eric Till, 121min.
Conteúdos: a venda de indulgências; a força da Igreja medieval; o Sacro-Império Romano-Germânico; antecedentes e consequências do movimento reformista.
Apocalypto, EUA, 2006, direção de Mel Gibson, 139min.
Conteúdos: civilizações pré-colombianas, mais especificamente civilização maia.
1492 - A Conquista do Paraíso, Estados Unidos, 1992, 154 min., direção de Ridley Scott, Paramount Pictures.
Conteúdos: grandes navegações; Inquisição; descobrimento da América.

Para 8º ano
Elisabeth – A Era do Ouro, Inglaterra, 1998, direção de Shekhar Kapur, 114min.
Conteúdos: consolidação do Estado Nacional inglês; católicos x anglicanos; a atuação do Parlamento inglês; antecedentes da Revolução Inglesa do século XVII.
A Missão, Inglaterra, 1986, dirigido por Roland Joffé, 126min. Filme baseado em fatos reais.
Conteúdos: missões jesuíticas no Brasil; o ensino jesuítico no Brasil; expulsão dos jesuítas do reino português devido à crise nas relações entre a Coroa portuguesa e a Companhia de Jesus, no século XVIII.
Tempos Modernos, Estados Unidos, 1936, direção de Charles Chaplin, 87min.
Conteúdos: fordismo; revolução industrial; movimento proletário; industrialização e urbanização.
O Patriota, EUA, 2000, direção de Roland Emmerich, 178min.
Conteúdos: sociedade colonial norte-americana; luta pela independência e formação dos EUA.
Carlota Joaquina - Princesa do Brazil, Brasil, 1995, direção de Carla Camuratti, 110min.
Conteúdos: a vinda da família real portuguesa para o Brasil; guerras napoleônicas; o período que antecede a independência.

Para 9º ano
Forrest Gump, EUA, 1994, direção de Robert Zemeckis, 142 min.
Conteúdos: História dos Estados Unidos dos anos 1960 e 1970; movimento hippie; guerra do Vietnã; caso Watergate; racismo; AIDS.
Ilha das Flores, Brasil, 1989, 13 min., direção de Jorge Furtado, documentário (o filme está disponível para download no site www.portacurtas.com.br).
Conteúdos: globalização; capitalismo; injustiça social, consumismo.
O Velho - A História de Luís Carlos Prestes, Brasil, 1997, direção de Toni Venturi, 105min., documentário.
Conteúdos: movimento comunista brasileiro; Coluna Prestes; trajetória dos partidos de esquerda.
Revolução dos Bichos, filme baseado na obra do escritor inglês Georg Orwell.
Conteúdos: análise do conceito de Revolução; analogia com a Revolução Russa de 1917.
V de Vingança, EUA/Alemanha, 2005, direção de James McTeigue, 132min. Conteúdos: O romance rodado em 2006 discute a manipulação política-ideológica que a sociedade enfrenta perante os seus governantes. Assim sendo, pode-se discutir com os alunos o conceito de anarquismo nas relações sociais como uma alternativa ao mundo capitalista da atualidade.
Batismo de Sangue, Brasil, 2006, direção do cineasta brasileiro Helvécio Ratton, 110min.
Conteúdos: nessa produção, o professor poderá discutir o conceito de censura e a participação da Igreja Católica na ditadura militar no Brasil.